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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Cura

Um dia eu fico curada
desse infinito interior
que se chama saudade

Um dia eu me desapego
daquilo que em sonhos
se faz bem presente

Um que de perfume,
um tanto de ciúme,
uma falta de abrigo,
excesso de posse
ausência de zelo
egoísmo permanente

Se você conseguisse sentir
aquilo que me dói
e como me machuca
certamente saberia
que levantar e sorrir
para mim ainda é luta

E se eu fujo do seu abrigo
congelado em minhas lembranças
É porque eu preciso de um sol
que aqueça a minha solidão

Porque talvez agora
Eu esteja cansada de seguir este rumo sozinha
Porque talvez eu simplesmente queira ancorar em outro cais
Não quero a memória da viagem que foi
Eu quero o hoje
Eu quero mais



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