Nuvem de Sentimentos

Meu momento tenta fugir da lembrança, mas não consigo. Isso é a saudade que sinto.

Não posso apagar os capítulos gravados em meu pensamento.

E quando tudo parece pleno sossego, vem em mim o nó apertado da angústia ...

Uma estranha preocupação constante, como uma cola que não deixa sair do meu pensamento aquilo que ainda não aconteceu.

E eu, muito ciente do que quero, volto à indecisão de achar que deveria querer outra coisa.

Quero chegar na certeza, quero que as minhas ideias cansem de procurar e parem.

Meu coração dá constantes pulos no futuro e voltam ao presente, tenho a intuição de que serei feliz.

Mas ainda tenho tantos medos dos filmes da minha vida que podem ser que nem existam... cansei dos meus pressentimentos.

Quero algumas vezes me esconder no pano preto da vergonha e parar com a ansiedade de contar os minutos para chegar o que eu tanto desejo.

Tenho o interesse em ser feliz, somente. Por isso dei um ponto de exclamação no final do meu sentimento.

Algumas outras vezes, sinto uma estranha raiva, como se o meu cachorro mostrasse os dentes para mim ... e uma mão gigante aperta o meu coração de tristeza.

Quero esse agora de felicidade sem pressa. Pois sou antes de tudo amiga e não faço questão de mim mesma, posso me emprestar aos meus amigos.

E tento apagar a culpa de cismar que podia ter feito diferente o que eu simplesmente não podia.

Quero sair da loucura e ter um acesso inverso de lucidez

Pois o cuidado da razão aproveitou que a minha emoção dormiu para assumir o mandato da minha vida.

Passei a viver um desejo que acha que eu sou a casa dele e me enche de vontades

Tentei buscar o significado da paixão que apesar da palavra perigo, chega e entra

E por último definir o amor, tarefa inútil.

Ele tem picos de insanidade, de destempero, de sorrisos, de lágrimas, de reflexões. É misto de tudo e nada. É paradoxo. É antítese. É metáfora. É amor, simples e complexo demais para tentar definí-lo.

*escrito por Renata Rezende em 29 de dezembro de 2010.